Qualquer sistema isolado tende para a máxima desorganização, como foi provado pela termodinâmica. É esse o risco que correria uma civilização que se fechasse sobre si mesma no espaço e no tempo.
É do interesse público um acesso de qualidade aos grandes sistemas terapêuticos existentes, ainda que amadurecidos em matrizes culturais distintas. Dever-se-á, no entanto, respeitar a autonomia profissional e a especificidade da formação dos praticantes. Além disso, ao articular estes sistemas, importa preservar as componentes fundamentais de cada um deles, nomeadamente as suas bases filosóficas, sem as quais é enorme a perda de sentido e de eficácia.
O sistema da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) tem uma dignidade teórica ao nível da melhor ciência ocidental. Ao contrário do que aconteceu noutras regiões, no caso chinês a "medicina tradicional" nunca parou de se desenvolver ao longo dos séculos. E, nas últimas décadas, tem tido um forte incremento de pesquisa científica e de incorporação de novas tecnologias (incluindo o laser). Os resultados da MTC são hoje em dia verificáveis (e têm sido verificados) pelas próprias metodologias ocidentais de experimentação e controlo estatístico.
A orientação holística da MTC, o carácter radical da sua intervenção nos níveis energéticos do ser humano, a sua ligação objectiva com os ritmos macrocósmicos e naturais asseguram-lhe um lugar de eleição no quadro da medicina do futuro.
A sua crescente procura, maioritariamente pelas chamadas classes cultas, mostra o espaço que já conquistou na cultura ocidental actual. Três mil anos de utilização ininterrupta por um terço da humanidade constituem a mais colossal demonstração experimental de eficácia jamais produzida pelo Homem.
José Faro
Director da ESMTC
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